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É engraçado como às vezes me pego fazendo observações e análises que teoricamente fogem um pouco do meu trabalho. Sim, “teoricamente”, pois penso que nem só de postagens com dicas de moda vive uma blogueira, concordam?

Há algum tempo, tenho questionado algo que tenho visto com frequência, algo que eu achava que incomodava só a mim, até perceber numa conversa com uma amiga que não era a única que havia notado ou questionado.

Percebi muito fortemente a volta dos anos 90 na moda, gostei de algumas coisas, achei que outras deveriam ter ficado lá nos anos 90, e percebi também a comercialização do movimento grunge. (sim… Me refiro aquele grunge dos anos 80 mesmo)

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Acho que não preciso esclarecer detalhes do movimento por aqui (ou preciso?), mas preciso esclarecer que não foi apenas um movimento na música. Quando me refiro ao movimento grunge, me refiro a um movimento artístico como um todo, pois não só inspirou um novo gênero no rock, inspirou pessoas, formas de pensar, agir ou vestir, porém com uma diferença: Todas aquelas pessoas estavam apenas sendo elas mesmas.

Quer coisa melhor do que descobrir sua individualidade e identidade através de uma música? Se perceber como ser pensante e que faz parte de um meio social, onde há pessoas que lhe entendem?

Um movimento artístico é capaz disto.

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Chegamos em 2017 e com o vai e vem da moda, trouxeram a “tendência” do grunge tecnicamente de volta. Com dicas de como ser grunge, dicas de como combinar peças grunge e um espaço inteiro de uma loja fast fashion vendendo a tal “identidade grunge”.

O que os críticos da moda não percebem é que o “ser grunge” assim como outras tantas tendências lançadas na moda, não é algo a ser ensinado. Não é apenas vestir um jeans rasgado com uma camiseta de banda desbotada ou vestir camisa xadrez, porque as pessoas lá trás nos anos 80, simplesmente eram elas mesmas.

Não faziam aquilo de forma pensada ou estudada, apenas eram elas.

E pensar nisto, me leva a seguinte conclusão: Até quando as pessoas tentarão “engarrafar” e comercializar algo que não deveria ser comercializado?

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Culturas, etnias, costumes, tem coisas que não dá apenas para ensinar passo a passo de como ser, que não se rotula. Hoje o texto é fazendo menção a essa “tendência grunge”, mas poderia ser a qualquer outra tendência ou “modinha” que o universo da moda tentou descer goela abaixo em cada pessoa.

Precisamos entender que a moda acima de tudo é um apelo da sociedade que a vive, cada tendência que surgiu falava sobre o que a sociedade vivia, quais necessidades possuíam em sua época. Não dá para apenas buscar uma tendência do passado e querer reaplicar no presente, pois nem nós somos os mesmos de 10 anos atrás, o que dirá o que acontece no mundo.

Escrito por

laisalves

Formada história, professora, modelista e agora blogueira.
Acompanhe minhas postagens sobre temas ligados ao
universo da moda e beleza.